Qual deve ser a prioridade de recuperação após lesão nos isquiotibiais?
✔️ ESTUDO
Este estudo investigou a atividade EMG da cabeça longa do bíceps femoral (BFlh) e glúteo máximo (Gmax) e as características cinemáticas durante a corrida “overground” em atletas de pista que retornaram ao esporte após lensão dos isquiotibiais.
Foram avaliados dez velocistas universitários do sexo masculino (idade = 19,9 ± 0,3 anos) com histórico de lesões unilaterais dos isquiotibiais (o período de tempo após a lesão variou de 2 a 61 meses, com 1 a 6 meses de retorno ao esporte)
Cada participante realizou um sprint de esforço máximo com marcadores passivos e eletrodos presos ao corpo para fornecer dados cinemáticos 3D e EMG dos músculos BFlh e Gmax. Após a prova de sprint, as avaliações de força concêntrica dos flexores e extensores de quadril e joelho foram realizadas em um dinamômetro isocinético Cybex. Três contrações voluntárias máximas consecutivas foram realizadas em velocidades de 60°/s e 180°/s com 30 segundos de descanso entre as séries.
✔️ RESULTADOS
A velocidade média de corrida foi de 9,39 ± 0,17 m.s-1. Não foram encontradas diferenças significativas entre os membros na força concêntrica.
Durante a fase de balanço tardia, a atividade do BFlh na perna previamente lesionada foi significativamente menor do que no membro não lesionado. Não foram observadas diferenças significativas entre os membros na ativação muscular Gmax.
O ângulo de flexão do joelho foi significativamente maior na perna previamente lesionada do que na perna não lesionada em 78-82% do ciclo da marcha de corrida (uma passada, fase de balanço tardia). O comprimento do BFlh demonstrou redução significativa no membro previamente lesado em comparação com o membro não lesado durante a fase de balanço tardia, enquanto o torque de quadril e joelho durante o ciclo da marcha em sprint não demonstrou diferenças significativas entre os membros.
✔️ NA PRÁTICA!
A diferença entre os membros observada neste estudo pode refletir um menor comprimento ideal da fibra dos músculos isquiotibiais previamente lesionados, indicando que o BFlh não se recuperou completamente apesar da reabilitação. Além disso, pesquisas anteriores mostraram torque de flexão excêntrico do joelho significativamente menor na posição do joelho estendido. Isso pode sugerir a importância de avaliar a função dos músculos isquiotibiais, principalmente durante a contração excêntrica na posição alongada.
No entanto, isso muitas vezes não é possível em ambientes esportivos devido ao tempo e orçamento. Talvez adotando uma abordagem como *neste estudo de caso, onde a perna mais fraca foi direcionada através de trabalho extra de extensão do quadril 3x/semana por 6 semanas. Em vez de direcionar exclusivamente a extensão do quadril, o foco pode ser deslocado para contrações excêntricas dos isquiotibiais em comprimentos musculares longos.
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Forte abraço (João Coutinho)
📌 J Sports Sciences 37, 2019 [A1030]