Quanto devemos treinar?

Resistência

..As Ciências do Esporte ainda não conseguiram, pelas pesquisas, responder às muitas perguntas feitas por aqueles que vivem o Esporte. É verdade que talvez nunca respondam, pois elas tratam de um material muito complexo: o indivíduo.

Os muitos estudos de incontáveis pesquisadores desde os anos 50 e 60 deram alento e direção a gerações de treinadores mundo afora. Mas a importante questão sobre o quanto devemos treinar ainda permanece.

Os primeiros pesquisadores orientaram o treinamento. Assim, passamos a utilizar posteriormente uma lógica não mais empírica. O Esporte passou às mãos da Ciência.

Ao analisarmos hoje treinamentos muito antigos, parece-nos uma insensatez submeter jogadores de vôlei (ou mesmo de futebol) a sessões de corrida de 7, 8, 9km contínuos (!).

Quantos meio-fundistas de classe mundial não corriam mais de 250km semanais (!). Velocistas e saltadores também se desgastavam exces-sivamente em início de temporada com corridas de 50, 60, 70 minutos (!!!). Hoje, felizmente podemos planificar todo o treinamento utilizando o avanço da ciência, aproveitando o que deu certo e tirando os equívocos que foram comprovados.

Quanto afinal um corredor amador de provas de 10km até Meia Maratona precisa correr quando no auge de sua preparação? Para quem pretende melhorar marcas, provas com até aproximadamente duas horas de duração vão exigir treinos específicos de sobredistância. Então, para uma São Silvestre (15.000m), por exemplo, o corredor terá que correr algo próximo de 120% até 130% da distância no treino mais longo para melhorar seu desempenho.

Em uma Meia Maratona terá também que ser feito algo parecido. Um longo de 23 a até 26km é bem interessante. E um maratonista amador? Aqui há uma peculiaridade da prova. A duração crítica do esforço (>2h05´) a torna especial dentro do quadro da modalidade.

Corredores experientes e de bom nível (~2h45´) até indivíduos mais lentos (>4h30´) não precisariam realizar treinos com mais de 36km, ou seja, a sobredistância não precisaria ser feita. Não haveria o porquê de fazê-la com o risco de atrapalhar todo o processo do treinamento. Na corrida, assim como no Esporte, mais não quer necessariamente dizer melhor.

Corredores mais lentos não precisariam ainda sequer alcançar estes valores. Mas não é apenas com isto que se monta toda uma periodização. Antes de falar da própria, falarei sobre outros componentes. O próximo será a intensidade do treinamento intervalado. Os popularmente conhecidos como ′tiros′.

Referências:


.: Danilo dos Santos, Treianador de atletismo .

.: Bacharel em Esporte pela USP e graduando em Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

.: danilo@acaototal.com

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