Vôlei: Recuperação é treinamento!
Com o avanço dos anos a preparação física ficou cada vez mais discutida a respeito de qual seria a melhor metodologia a ser empregada em atletas tanto individuais quanto coletivos.
Várias metodologias surgem resultando em expressivos graus de performance quando aplicados corretamente, mas algo por vezes interrompe ou nem acarretam efeitos positivos sobre que esta sendo aplicado.
Quando este efeito não positivo que, pode-se tornar por muitas vezes negativo, é derivado de um fator quase não muito bem compreendido chamado de recuperação, ou supercompensação.
A supercompensação segundo GUEDES JR., 2008 é definido como a recuperação do organismo ultrapassando um estado de equilíbrio inicial.
Este fenômeno pode ocorrer principalmente como por exemplo, em um microciclo de choque (intensidade alta) para outro microciclo da mesma denominação, podendo somente ser aplicado se realmente a supercompensação houver acontecido.
Dificilmente iremos priorizar a recuperação se não conseguirmos verificar de forma quantitativa e qualitativa este acontecimento. As formas mais indicadas para a verificação da recuperação são através de avaliações.
Em um estudo em jogadores de voleibol de praia realizado por Inácio (2006), teve como objetivo verificar se esses jogadores se recuperavam entre uma partida e outra no mesmo dia, onde que em competições os mesmos realizavam até 3 jogos por dia com intervalos entre eles de até 3 horas. As capacidades funcionais avaliadas foram a impulsão vertical, velocidade de 7,5 e 15 metros, força máxima isométrica e wingate. As avaliações eram realizadas antes, imediatamente após o jogo e 3 horas depois, onde verificaram através de seus resultados que estes jogadores estavam aptos a jogarem novamente após 3 horas de recuperação devido a não diminuição dos valores obtidos nas avaliações. Sendo assim, se verificassem através de outros estudos a não recuperação desses atletas, provavelmente a confederação deste esporte daria maior tempo para o descanso devido ao comprometimento técnico do jogo e conseqüentemente a diminuição do público que acompanha este esporte.
Este estudo foi mencionado com intuito de ajudar no cotidiano do treinador a concluir se o atleta esta recuperado adequadamente para a realização do treinamento prescrito para aquela sessão através de avaliações específicas.
No voleibol, o treinamento com saltos é muito utilizado para obtenção da melhoria dos mesmos. Essa metodologia é vasta na literatura, mas pouco se fala na recuperação entre as séries e sessões de treinamento. Esta orientação é de muita valia para a prescrição de treinamento, mas um princípio importante nos deixa por muitas vezes indecisos a respeito dessa tal recuperação. O princípio referido acima é o da individualidade biológica, ou seja, um atleta pode se recuperar muito mais rapidamente do que o outro e desrespeitando, até mesmo, o que preconiza a literatura sobre esse assunto.
Com tudo, se não conseguirmos dosar a recuperação dos atletas nada adianta o treinamento, mesmo sabendo que as metodologias escolhidas foram muito coerentes a fim de realizar aumento de desempenho.
Referências
INÁCIO, M. P. O. Estudos das Exigências Fisiológicas e Funcionais do Jogo de Voleibol de Praia e suas Implicações na Recuperação. Monografia de Licenciatura em Desporto e Educação Física na Área de Desporto e Rendimento – Voleibol, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Porto, 2006.
GUEDES, D.P, PESSOA, T. S. JR, ROCHA. A.C. Treinamento Personalizado em Musculação. São Paulo: Phorte, 2008.
.: Rodrigo Gianoni , Fisiologista da equipe de voleibol do Santos Futebol Clube
.: Pós Graduado lato sensu em Fisiologia do Exercício.
.: Preparador Físico de nadadores
.: e-mail: rodrigogianoni@yahoo.com.br
3 comments
qual o resultado do estudo?
como pode-se levar esse texto para a pratica?
O resultado do estudo é que os jogadores estão prontos para jogar nova partida após 3 horas de recuperação, ou seja, suas capacidades físicas ainda estão comprometidas negativamente.
O texto pode ser levado a pratica com a elaboração de avaliações específicas que nos informem a ocorrencia de fadiga, havendo a mesma, mudança no que estava programado e objetivar a recuperação.