Fadiga e tempo de reação
Uma possível ferramenta, simples e barata, para monitorar o estado do SNC pode ser fazer um teste simples de tempo de reação. Infelizmente, muitos dos testes para controle e monitoramento de estado físico e metabólico dos atletas tem um alto custo
.
Pacientes com fadiga crônica e estados de depressão apresentaram lentidão psicomotora (tempo de reação mais lento) e, portanto, a hipótese de alguns autores neste tema é de atletas em estado de “overreaching” funcional e overtraining também podem exibir diminuição da velocidade psicomotora.
Estudo 01
Quatorze ciclistas bem treinados realizaram teste máximo em um cicloergômetro e fizeram dois testes simples de reação antes e depois de 2 semanas de treinamento de alta intensidade seguido de 2 semanas de treinamento de recuperação. Um grupo controle realizou os dois testes de reação nas mesmas ocasiões sem alterar seus níveis de atividade física.
Durante o período intenso, 5 atletas foram considerados em estado “disfuncional” (“overreaching”) enquanto 7 foram considerados bem treinados e 2 excluídos da análise. O grupo de controle e o grupo bem treinado melhoraram seu tempo de reação em cada teste. No entanto, o grupo “disfuncional” apresentou tempo de reação aumentado (mais lento) após o período de treino intenso, mas voltou a melhorar nos testes de reação no período de treino recuperativo.
Os resultados não mostraram diferenças significativas no tempo de reação entre os grupo controle, bem treinados e o grupo “disfuncional” nas três medidas. No entanto, encontrou-se uma tendência para a lentidão psicomotora entre o grupo “disfuncional” em comparação com o grupo controle após treinamento de alta carga. Os autores concluem que é preciso pesquisa adicional com maior grau de intensidade de treinamento para determinar de forma mais conclusiva se o tempo de reação pode ser usado como um marcador inicial para o excesso de treinamento.
Estudo 02
Um outro estudo, também feito com ciclistas treinados (2005), determinou que o tempo de reação sofreu em resposta ao treinamento de alta intensidade. Segundo os autores “Os parâmetros mais sensíveis para detectar “overreaching” são o tempo de reação (indicativo do funcionamento do cérebro cognitivo), RPE e, em menor escala, o POMS (perfil dos estados de humor). Isso sugere fortemente que a fadiga central precede a fadiga periférica. Todos os outros sistemas, incluindo o neuro-endócrino, são mais robustos e reagem provavelmente em uma fase posterior a períodos de treinamento exaustivo”.
Minha opinião é de que talvez valha a pena experimentar com os atletas durante o período mais intenso de treinamento para monitorar a fadiga.
Existem alguns apps gratuitos – estou testando o Reaction Time para android. Mesmo que nos estudos apresentados não se utilizaram apps como teste, acredito que algumas experiências próprias possam valer a pena.
Marque quem possa se interessar sobre o assunto. Forte abraço!
(João Coutinho)
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Ref: Int J of Sports Med, 2007 28: 595-601. / Int J of Sports Med, 2005 26(1): 16-26.