Levantamento Olímpico: 06 fases do movimento

Levantamento Olímpico

Através da análise biomecânica do movimento de arranco e do arremesso, os cientistas esportivos concluíram que a estrutura cinemática da execução destes movimentos é praticamente idêntica. Assim foram divididos em seis fases fundamentais: 1– posição inicial; 2– primeira puxada; 3– transição; 4– segunda puxada; 5– deslize e 6 – fixação.

Atleta executando o Clean (I parte do Arremesso)

1. Posição Inicial ( posição “A”)

Os pés estão totalmente apoiados no solo, o quadril está numa posição mais alto do que os joelhos, as costas estão em posição ereta e relação aos ombros, que estão à frente da barra. Os braços ficam estendidos, porém sem tensão, e as mãos fazem a pegada (distância das mãos) na barra de acordo com o exercício (arranco ou clean)

2. Primeira Puxada ( posição “B”)

A importância da execução correta da primeira puxada é de retirar a barra do estado de inércia, dando início à aceleração vertical da barra. A movimentação inicial da barra e do atleta são resultados unicamente da extensão dos joelhos, enquanto o quadril e as costas mantêm a posição original. Os ombros continuam posicionados à frente da barra e os pés continuam apoiados no solo. O final da primeira puxada ocorre quando a barra atinge a altura dos joelhos.

3. Transição ( posição “C”)

Sem interromper o movimento de ascensão da barra, o atleta deve agora movimentar rapidamente os joelhos, para trás e para frente, para posicioná–los embaixo da barra. Ao mesmo tempo, ocorre a extensão do tronco de volta à posição vertical, trazendo a barra para próximo do quadril. Esse movimento para trás e para frente dos joelhos resulta numa pequena flexão do mesmo (10º a 20º) e é conhecido como dupla flexão dos joelhos. A dupla flexão de joelhos está relacionada ao ciclo alongamento–encurtamento (CAE). Realizar a dupla flexão de joelho é importante pois o CAE produz aumento na força concêntrica durante a segunda puxada (1) .

4. Segunda Puxada ( posição “D”)

A segunda puxada começa com o movimento do tronco para a posição vertical. Ocorre a extensão do quadril e dos joelhos e inicia–se a flexão plantar do tornozelo, responsável por 10% da máxima velocidade da barra. A extensão completa das três articulações (salto vertical) faz com que os pés percam contato com o solo e que a barra atinja a sua máxima velocidade vertical, juntamente com o pico de força e potência (1) .

5. Deslize (posição “E”)

Com o final do movimento de ascensão da barra produzido pela puxada, o atleta executa um movimento de agachamento profundo, ficando assim posicionado abaixo da barra.

6. Fixação ( posição “F”)

Os pés ficam firmemente apoiados na solo e os braços estendidos (arranco) ou flexionados apoiando a barra nos ombros ( clean ) para frear o movimento de queda da barra. Assim que a barra está em pleno equilíbrio o atleta fica de pé.

Referencias:
(1) Exercise and Sport Science – Garrett Jr & Kirkendall (2000)



.: João Coutinho , preparador físico de atletas juvenis e profissionais de tênis. Trabalhou também com atletas seleção brasileira de judô e voleibol aplicando o LPO . Consultor de LPO e treinamento de potência da Sel. Brasileira feminina de Rugby e Grêmio Barueri.

.: Bacharel em Esporte pela USP, especialista em prep. física de tênis e de Força e Potência (Argentina)

.: Co-Autor do livro: “ Força e Potência no Esporte: LPO!” – Ed. Ícone

.: Certificado técnico internacional de Levantamento de Peso Olímpico (COI).

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